Mãe Terra – Greta!

Greta Thunberg, ativista sueca de 16 anos que luta para criar consciência sobre a crise climática, participará da Assembleia Geral da ONU

Por David Brooks 27/08/2019 15:48

(Reprodução/@GretaThunberg)

Créditos da foto: (Reprodução/@GretaThunberg)

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Cerca de 200 presidentes, primeiros-ministros e chanceleres se preparam para viajar a Nova York, para participar da tradicional Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), mas a grande estrela do evento deste ano será uma adolescente sueca de 16 anos, a autoridade moral entre tantos adultos que vem fracassando na missão de cuidar do futuro de todos.

Seu nome é Greta Thunberg.

Ela chegará aos Estados Unidos depois de cruzar o Atlântico em um veleiro que deixará zero rastro de carbono, para participar em uma cúpula paralela da ONU sobre a crise climática, que será uma espécie de preparação para a Conferência das Partes, que acontecerá em dezembro, no Chile.

O elenco internacional que participará do evento talvez não se interesse tanto pelo tema, já que muitos são os responsáveis pela condição ecológica cada vez mais frágil do planeta, mas milhões de pessoas estão sim escutando a voz do novo movimento mundial para resgatar o planeta.

A voz mais reconhecida desse movimento é Thunberg, com sua mensagem singela: “temos que entender a emergência da nossa situação. Nossas lideranças fracassaram. Os jovens têm que obrigar as gerações mais velhas prestarem contas pelo desastre criaram. Precisamos nos indignar, e transformar esta indignação em ação”, declarou ela, no final do ano passado.

Diante do Parlamento britânico, meses atrás, ela alertou sobre o fato de que, se os adultos não resolverem esta emergência agora mesmo, as novas gerações “provavelmente já não terão um futuro. Porque esse futuro está sendo vendido para que um grupo pequeno de gente ganhe montantes inimagináveis de dinheiro. Vocês mentiram para nós. Os jovens estão fazendo isto para despertar os adultos… estamos fazendo isto porque queremos recuperar nossa esperança e nossos sonhos”.

Na cúpula da ONU de 2018, ocorrida na Polônia, no final do ano passado, Thunberg acusou os representantes da classe política mundial: “vocês não são suficientemente maduros para dizer as cosas como realmente são, até essa tarefa está sendo deixada nas mãos das crianças. Viemos aqui fazer vocês entenderem que as mudanças têm que acontecer, gostem vocês ou não…”

Ninguém a conhecia quando ela começou a sua greve escolar solitária todas as sextas-feiras, há um ano atrás, matando aulas para se instalar em frente ao Parlamento sueco e exigir que os políticos do seu país tomassem ações imediatas a respeito da crise climática. Com isso, ela inspirou muitos de sua geração a fazer o mesmo, gerando o movimento das Sextas para o Futuro, que já mobiliza cerca de 2 milhões de estudantes em todo o mundo, e fomenta a criação de novas agrupações ecológicas (www.fridaysforfuture.org;rebellion.earth).

Thunberg é a voz mais reconhecida do grande debate sobre o futuro do planeta. Chegou até a ofereceu o melhor exemplo de como lidar com Donald Trump. Ao ser perguntada, numa entrevista ao programa televisivo CBS News, se pretendia se reunir com o presidente estadunidense em Nova York, respondei: “por que deveria de perder meu tempo com ele?”.

Thunberg, indicada ao Prêmio Nobel da Paz e classificada por muitos como a voz do planeta, lidera o novo movimento de jovens que insistem em que os governos do mundo deverão, no mínimo, adiantar os prazos do chamado Acordo de Paris sobre a crise climática – que sofreu com a saída dos Estados Unidos, anunciada há pouco tempo por Donald Trump –, e também atender a emergência de uma mudança fundamental, que é promover o fim da dependência dos combustíveis fósseis dentro dos próximos 12, para evitar os danos irreversíveis que colocariam em xeque a viabilidade da vida humana, segundo o consenso da comunidade científica mundial.

Há algumas semanas, o secretário geral da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) comentou que este movimento se tornou a maior ameaça à sua indústria. Ao saber da declaração, Thunberg tuitou: “obrigada! Este é o maior elogio que recebemos até agora!”.

No dia 20 de setembro, Thunberg e outros representantes do movimento internacional contra a crise climática organizarão o que chamam de “greve geral pelo clima a escala mundial”, evento para o qual convocaram pessoas e organizações do mundo inteiro.

Em colaboração com a banda The 1975, Thunberg fez recentemente a sua estreia no cenário musical, com uma mensagem que diz: “peço, por favor, que vocês despertem e façam as mudanças necessárias… todos temos que fazer o que parece ser impossível… não podemos salvar o mundo seguindo estas regras… é hora de desobediência civil. É hora de se rebelar”.

*Publicado originalmente no La Jornada | Tradução de Victor Farinelli

Créditos Carta Maior, publicada originalmente em: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Mae-Terra/Greta-/3/45084

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